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Julie Arissa Nemoto Tamura,: De Itapoá, menina de apenas oito anos é promessa do surfe brasileiro

Se você é morador de Itapoá-SC, já deve ter visto uma menina japinha que está “quebrando a vala” (pegando boas ondas, traduzido do dicionário dos surfistas). Se você não mora em Itapoá, mas acompanha o surfe feminino e infantil, especialmente nos estados do Paraná e Santa Catarina, também já deve ter cruzado com o seu rostinho em algum campeonato de surfe. Ela é a atleta Julie Arissa Nemoto Tamura, de apenas oito anos de idade. Praticante assídua do esporte há dois anos, Julie já coleciona uma mesa de troféus, além de muitos elogios de surfistas renomados. Junto de sua mãe, Elaine Cristina Nemoto, ela fala sobre ser menina e criança no mundo do surfe, e conta alguns de seus sonhos.

Ana Beatriz Machado

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Julie e seus troféus ganhos em dois anos de surfe.

Julie Arissa nasceu no Japão, no ano de 2008. Com oito anos de idade, é a filha mais velha, seguida dos irmãos Brian Haru Nemoto Hirata, de seis anos, e Brendon Yukiu Nemoto Hirata, de três anos. Após a tragédia de um tsunami no país, em 2011, sua família veio morar no Brasil. Virada a página, foi no município litorâneo do norte catarinense que Julie iniciou uma nova fase da sua infância. No início de 2014, ela entrou na Ampliação de Jornada Escolar (AJE), um projeto gratuito para as crianças da rede municipal, mantido pela Prefeitura Municipal de Itapoá, onde teve seu primeiro contato com as aulas de surfe.

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A pequena Julie Arissa Nemoto Tamura sobre as ondas.

O projeto também organizava campeonatos de surfe locais e, logo na sua primeira participação em um deles, Julie foi classificada para a semifinal. A pequena recorda que sentiu um pouquinho de medo, mas que “a sensação foi muito legal”. Já a mãe, também sentiu medo por ver a filha, tão pequena, dentro da água, mas fala: “o orgulho e a felicidade foram maiores que o medo”. No ano seguinte, ela participou de outra edição em Itapoá, também organizada pela AJE, onde obteve o 2º lugar. A mãe Elaine conta como foi o primeiro campeonato da filha fora de Itapoá: “O pessoal do projeto convidou os alunos para participarem de um campeonato misto (meninos e meninas surfando juntos), de um projeto chamado Escola na Onda, em São Francisco do Sul-SC. Como ela estava criando gosto e mostrando talento para a coisa, levamos a Arissa e ela ficou em 3º lugar”.

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Mais troféus para Itapoá: Julie com o atleta Gabriel
Castigliola, seu treinador, e o amigo e atleta Ryan Cordeiro.

Infelizmente, em 2015 o projeto foi encerrado para corte de gastos, mas Elaine decidiu insistir na paixão da filha pelo surfe e passou a leva-la em aulas com professores particulares. A família e os professores deram todo o suporte necessário e levaram a pequena para seu primeiro campeonato catarinense, onde participou da categoria Petiz sub 10 misto (para meninos e meninas de até 10 anos de idade), e do sub 18 feminino (para meninas de até 18 anos de idade). O resultado: no sub 10, Arissa ficou em 5º lugar e no sub 18, onde competiu com meninas já adolescentes que surfavam há muito mais tempo, ela obteve o 4º lugar.
Tendo em vista os bons resultados da surfista, ela passou a receber treinamento do atleta Gabriel Castigliola. “O trabalho e a dedicação do Gabriel foram um marco para a evolução dela”, afirma Elaine. Sobre o desempenho da aluna, Gabriel fala: “Tento visualizar a Julie por seu potencial, não pelo carisma e ‘fofura’ dessa japinha. Às vezes, é difícil. Ela é uma joia a ser lapidada, dona de um talento e dedicação ao esporte que muitos profissionais não têm. Sua evolução é diária, por isso, não tenho medo de cobrá-la. Mas, é claro, sempre lembrando que ela é uma criança e deve se sentir feliz fazendo isso”. Para o atleta e treinador, a menina vai longe.
A rotina da pequena atleta é intensa: além do surfe, que acontece de acordo com as condições do mar, Julie faz balé, treinamento funcional e natação. Mas ser mãe de atleta também exige certos esforços. Para que a filha possa participar dos campeonatos pela região – que implicam em inscrições, transporte, hospedagem, alimentação e afins –, Elaine já economizou dinheiro, pediu apoio e patrocínio nos comércios locais, fez campanhas e até vendeu números de rifa durante a madrugada. “Hoje, agradecemos imensamente aos apoiadores da Arissa, que são: Pró-Ilha Surfboards, Tide Rise, Up to You, Farmácia Confiança, Auto Posto Miranda, Itapema Motos, Fisiopilates, Voando Alto Bijuterias, Rodrigo Lopes Imobiliária, Anjos da Noite Alarmes e Monitoramento, Cacau Show, Panificadora Don Rodopho, Arena Itapema, Loja Cucó, G’CabeloArte e Estúdio Inspira”, diz Elaine.

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Da esquerda para a direita, Julie com os surfistas profissionais
Gabriel Medina e Adriano de Souza, o Mineirinho.

A tia e madrinha Eliane Nemoto também é peça fundamental para a carreira de Arissa e acompanha a pequena, sempre que possível, em suas aventuras nas praias catarinenses. Assim como a irmã, Brian também surfa e participa de competições. Na casa da família Nemoto, o surfe é um dos assuntos em pauta e a linguagem utilizada por eles é repleta de gírias e expressões oriundas do esporte.
E se o esforço da família é muito, ele vem sendo recompensado. Em setembro de 2016, Julie participou do Wizard Feminino de Surf, na Praia de Itamambuca-SP, e ficou em 4º lugar no sub 10 brasileiro, a conquista mais importante de sua carreira. Lá, ela conheceu o surfista profissional Gabriel Medina, o primeiro surfista brasileiro a conquistar o título de campeão mundial de surfe, em 2014.
Segundo a japinha, outro momento marcante para sua vida foi o evento Red Bull Local Hero, em Florianópolis-SC, organizado pelo surfista profissional Adriano de Souza, o Mineirinho, campeão mundial de surfe de 2015. “Ele me assistiu surfando, disse que sou linda e tenho futuro. Fiquei muito contente”, recorda Julie. Encantado com o talento e a beleza da pequena, de última hora, Mineirinho criou o Prêmio Revelação para presenteá-la com uma câmera à prova d’água. “Ele disse para eu fazer boas filmagens, porque um dia ele irá assistir e ver a minha evolução”, conta a surfista. Arissa também conheceu a ídola Jacqueline Silva, campeã brasileira de surfe de 2015. Juntas, gravaram um vídeo onde a surfista profissional dá conselhos para a pequena e diz que ela vai chegar ao título mundial.
No entanto, ainda há um caminho a ser percorrido para sua participação efetiva nos campeonatos de surfe da região. “Infelizmente, mesmo com a disseminação do esporte nos últimos anos e com o surgimento de várias meninas na água, ainda há certa resistência contra as categorias de surfe feminino em alguns campeonatos”, fala Elaine. Para lutar pelas mulheres no surfe, ela e outras mães criaram um grupo, onde trocam informações e se unem para convencer os organizadores dos eventos a lançarem a categoria feminina. Graças a essa união, o campeonato catarinense de 2017 já lançou a categoria sub 12 feminino e sub 14.
Fora da água, Julie é considerada uma aluna estudiosa, gosta de comer frutas e verduras e de brincar. Ela, que já surfou em algumas praias do Brasil, afirma: “a praia que eu mais gosto é Itapoá, na Terceira Pedra, onde aprendi a surfar”. Depois de arriscar umas rasgadas nas ondas, Julie conta que seu maior desafio atualmente é passar a arrebentação sozinha. Com dezoito troféus em menos de dois anos, sua trajetória no surfe está apenas começando. “Sonho em viajar para o Hawaii, aprender manobras como o aéreo e, um dia, participar do campeonato mundial de surfe”, diz a pequena, que tem como inspiração a surfista Tainá Hickel.
Para aqueles que desejam torcer pela japinha sobre as ondas, ela participará do Circuito Catarinense Surf Talentos 2017 em São Francisco do Sul, nos dias 4 e 5 de fevereiro, e de mais uma etapa do Circuito Catarinense, nos dias 1º e 2 de abril, ainda sem local definido. Já àqueles que não apreciam o esporte, fica o convite e um bom motivo dado por Julie: “porque o surfe é muito divertido”.

Deseja patrocinar, apoiar ou acompanhar o surfe da atleta Julie Arissa, de
Itapoá? Entre em contato com sua mãe, Elaine:

Telefone: (47) 99669-0612
facebook/juliearissa

Paulo Henrique Gonçalves: de Itapoá para o mundo

Conheça a história do atleta paraolímpico de
tênis de mesa que trouxe ouro para o Brasil

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O atleta Paulo Henrique Gonçalves Fonseca, o PH, na companhia de sua mãe (à esquerda) Daniela Gonçalves, e seu amigo e treinador (à direita) Alan Rezende da Silva.

Diferente do que muitos imaginam, o tênis de mesa é um esporte bastante complexo e benéfico a seus praticantes. Porém, para as pessoas com deficiência, ele simboliza muito mais que saúde, mas também superação. De Itapoá-SC, o atleta paraolímpico de tênis de mesa Paulo Henrique Gonçalves Fonseca, mais conhecido como PH, comprova a grandiosidade e representatividade deste esporte: com apenas 16 anos, já possui bons resultados a nível nacional, sendo, inclusive, convidado para integrar a Seleção Brasileira de Tênis de Mesa em uma grande disputa, em março deste ano, onde obteve medalha de ouro para o Brasil, tornando-se grande motivo de orgulho para o município de Itapoá.

Em março deste ano, PH foi convocado pela Seleção Brasileira de Tênis de Mesa Paraolímpica para defender o Brasil nos Jogos-Parapan Americanos de Jovens.

Momentos marcantes de Paulo Henrique ao longo de sua carreira no tênis de mesa.

Natural de Londrina-PR, a história do nascimento de Paulo Henrique envolve um milagre. Sua mãe, Daniela Gonçalves, conta que, até o oitavo mês de gestação, o filho não apresentava os dois braços através do ultrassom. Depois de Daniela fazer uma promessa para Nossa Senhora Aparecida, quinze dias antes do nascimento de Paulo Henrique, sem qualquer explicação, ele apresentou desenvolvimento na formação nos braços. Ele nasceu, então, com mão torta ulnar, uma má formação dos cotovelos para baixo, mas com os dois braços – contrariando até mesmo a medicina.
Desde pequeno, PH, como é carinhosamente chamado, realiza consultas em fisioterapeuta, médicos e recebe, também, acompanhamento ortopédico. Durante sua infância, por conta de sua deficiência física, foi vítima de preconceito algumas vezes. Filho de professora, felizmente, Paulo sempre recebeu instrução e educação da família para lidar com as críticas e sentir-se bem-resolvido. No ano de 2006, passou a residir no município litorâneo do norte catarinense, onde, assim como tantas outras grandes revelações do esporte itapoaense, Paulo Henrique desenvolveu sua paixão por esportes através do Projeto Ampliação de Jornada Escolar (AJE) – um projeto gratuito para as crianças da rede municipal, mantido pela Prefeitura Municipal de Itapoá, que foi encerrado em novembro de 2015, para corte de gastos – onde fazia aulas regulares de surfe.
Já aos 11 anos de idade, Paulo Henrique, mesmo com a má formação de seus braços, realizava diversas atividades que exigiam esforço dos mesmos: surfava, tocava guitarra e violão. Mas, sua verdadeira paixão era o tênis de mesa, esporte que praticava em cada minuto livre na escola. Em 2013, impressionado com o desempenho do aluno no tênis de mesa, seu atual professor de Educação Física, Alan Rezende da Silva, passou a ajuda-lo a participar de competições locais, já sonhando em, um dia, criar uma associação para revelar e treinar talentos locais. “Minha intenção, na época, era mostrar a ele o mundo mágico do paradesporto e todas as modalidades que ele poderia praticar”, conta Alan, que, tempos depois, fundou a Associação Esportiva e Paradesportiva de Itapoá (ASEPI).
Com apenas três meses de treinamento na ASEPI, Paulo Henrique participou de sua primeira disputa, os Jogos Escolares Paradesportivos de Santa Catarina (PARAJESC), onde participou de competições no atletismo e tênis de mesa, obtendo, logo de início, medalhas de prata para o município de Itapoá. “Quando isso ocorreu, alguns de meus amigos vislumbraram atuar como técnicos do Paulo”, recorda Alan, “chegamos a ser muito assediados para que ele fosse parar no atletismo, mas, devido às possibilidades e afinidade com o esporte, sua palavra final foi seguir carreira do tênis de mesa”. Desde então, o menino vem incansavelmente participando de competições regionais, estaduais e nacionais, representando clubes como a ASEPI e a Seleção Catarinense de Tênis de Mesa, na categoria individual, por dupla e por equipes.
Além do professor Alan, responsável por revelar o talento do jovem, outra pessoa crucial para a carreira de PH é Daniela, sua mãe. Nas horas vagas, além do portão da escola, a professora exerce outras funções: “sou um pouco de tudo: empresária, divulgadora, psicóloga, motorista, assessora de imprensa e, principalmente, fã dele”. Durante dois anos, Daniela encarou a rotina semanal de levar o filho para treinar tênis de mesa em Joinville. Junto de toda a família, ela também já organizou eventos e rifas para ajudar o filho a realizar seu sonho. “As competições, que acontecem, no mínimo, uma vez ao mês, envolvem gastos com transporte, hospedagem, alimentação, materiais importados (pois estes influenciam na agilidade e movimento das jogadas) e afins”, explica a mãe. Para tentar reverter parte desta situação, PH concorre anualmente ao Bolsa Atleta – um programa que patrocina atletas e para-atletas que mantêm o alto rendimento nas competições de sua modalidade.
Para manter o bom desempenho, Paulo Henrique é treinado e recebe patrocínio do Estúdio Inspira de Pilates e Treinamento Funcional, da academia Pride Center Gym e do Espaço Zen, onde realiza acupuntura e massoterapia. Além das atividades físicas e do calendário de competições, ele possui uma rotina de treinos e vai à escola regularmente. Sendo o mais jovem atleta paraolímpico de tênis de mesa do campeonato brasileiro, Paulo Henrique, que tem como inspiração o mesa-tenista paraolímpico Hugo Calderano, do Brasil, e o mesa-tenista olímpico Dimitrj Ovtcharov, da Alemanha, descreve a sensação: “viver isso tudo com apenas 16 anos é assustador e, ao mesmo tempo, empolgante”. Por todo este frenesi de emoções, o jovem também recebe apoio de um psicólogo, que estimula sua confiança e concentração para conciliar todas as tarefas e alcançar o pódio.
Alan, que hoje é treinador de Paulo Henrique, fala que o menino possui perfil de um verdadeiro atleta. “O Paulo não sabe e não consegue se doar aos treinos pela metade, ele se entrega verdadeiramente em todos os momentos. Age sempre com respeito e atenção a todas as instruções de seus técnicos, sempre disposto a executar e repetir os exercícios quantas vezes for necessário, para chegar o mais próximo da perfeição”, diz Alan, “se existe outro atleta tão disciplinado em qualquer outra modalidade dentro de nosso município, eu não conheço”.
O apoio da família, dos parceiros, profissionais e amigos, somados à dedicação e disciplina de PH têm resultado em grandes e significativas conquistas. Entre as principais estão: 1º lugar na categoria individual no PARAJESC de 2014; 3º lugar em duplas no 47º Campeonato Brasileiro de 2014; 3º lugar nas seleções no 47º Campeonato Brasileiro de 2014; 1º lugar no PARAJESC de 2015; 1º lugar na categoria individual, 1º lugar na categoria por duplas e 1º lugar na categoria por equipes nas Paralimpíadas Escolares de 2015; 3º lugar na categoria individual do Circuito Catarinense de Tênis de Mesa, no Open Paralímpico, em 2016; 3º lugar em duplas no 49º Campeonato Brasileiro de Tênis de Mesa de 2016; 1º lugar na categoria individual no PARAJESC de 2016; 1º lugar por equipes no 50º Campeonato Brasileiro de Tênis de Mesa de 2016; 2º lugar na categoria individual, 3º lugar por duplas e 1º lugar por equipes nas Paralimpíadas Escolares de 2016.
Mas, até o presente momento, o marco histórico da carreira de PH foi a convocação para integrar a Seleção Brasileira de Tênis de Mesa Paraolímpica, para defender o Brasil nos Jogos-Parapan Americanos de Jovens – evento que envolveu 800 atletas de 19 países, entre os dias 15 e 26 de março, em São Paulo-SP. No seu primeiro campeonato a nível internacional, Paulo Henrique ficou em 5º lugar na categoria individual e, na categoria por equipes, foi decisivo para trazer a medalha de ouro para o Brasil. “Quando vi que o resultado estava em minhas mãos, fiquei muito ansioso, pois não estava acostumado com isso. Mas, felizmente, consegui me concentrar e colocar todos os pensamentos a meu favor”, conta o atleta, “no momento em que fechei o último ponto, foi uma sensação de alívio e alegria. Dei o meu melhor e tive a sensação de que fiz história, não por ser o primeiro atleta a ser convocado, mas por ter sido o principal responsável pelo resultado do jogo, que acabou com o Brasil em 1º lugar”. Após a competição, de volta à Itapoá, o atleta foi ovacionado por uma carreata de amigos e familiares, todo com o semblante de orgulho e felicidade.
Com apenas 16 anos e tantos pódios alcançados, a história de PH influencia jovens a batalharem pelos seus sonhos e é sinônimo de orgulho para todo o município. E ele tem planos de alcançar voos ainda mais altos: se tornar um atleta efetivo da Seleção Brasileira de Tênis de Mesa Paraolímpica e participar dos Jogos Paraolímpicos – quem sabe, em Tóquio, em 2020. Considerado um atleta bastante autocrítico, persistente, disciplinado, sonhador e cheio de fé, Paulo Henrique tem uma frase favorita que gosta de compartilhar com aqueles que torcem por ele ou inspiram-se nele: “Treine, esforce-se ao máximo, lute, dê sempre o seu melhor e jamais desista daquilo que te faz feliz. O resto é apenas consequência”.

Deseja apoiar ou patrocinar o atleta
paraolímpico de tênis de mesa
Paulo Henrique? Entre em contato
com sua mãe, Daniela, através do e-mail:
dcmgoncalves@hotmail.com
whats app 47 9 9668-5630

Ana Beatria Machado

Matéria publicada na Revista Gi